domingo, 14 de outubro de 2012

Navio Negreiro

Quem no Brasil tem a sorte de ser Negro,ou politicamente Afrodescendente, deve ter a consciencia que nem sempre foi assim, nosso avôs, ou antes deles sofreram horrores para chegar até esse Pais de extensão continental... mas peço não esqueçam daqueles que sofreram para chegar até aqui.

Abaixo um pequeno video que espero que assistam, e divulguem.


Navios de carga negra 


“A escravidão passou a ser justificada por razões morais e religiosas e baseada na crença da suposta superioridaderacial e cultural dos europeus.”

Os navios negreiros, ou também conhecidos como “tumbeiros”, levaram mais de 11 milhões de africanos para as Américas. Tais navios negreiros tinham em média 20 tripulantes e só as crianças podiam circular livremente. Mas, com medo de serem maltratadas, muitas delas pulavam na água e se afogavam. Como bem sabemos os “futuros” escravos eram tratados como mercadoria, lixo, pelos relatos eles se utilizavam de um tipo de “banho de gato”, para manter uma certa higiene (se podemos imaginar essa possibilidade em condições tão sub humanas) para lavar a boca, os escravos faziam bochechos com vinagre e para limpar o corpo, só podiam tomar banho duas vezes durante a viagem, que chegava a durar meses ficando assim amontoados em condições desumanas em porões que tinham três patamares, com meio metro de altura cada, imersos em fezes e urina, presos pelos pés, mais de 500 escravos se empoleiravam, sentados ou deitados, e como foi relatado pelos traficantes em documentos, pareciam estantes humanas.

Em contrapartida, não podemos pensar a situação dos africanos a bordo dos navios se resumia a completa desolação. Para que o numero de escravos mortos diminuísse, alguns marinheiro organizavam pequenos grupos que circulavam pelo navio para se exercitar e tomar um pouco de sol. Dessa forma, as “mercadorias” poderiam ser valorizadas nas praças do continente americano. Uma tentativa de mascarar uma viagem tão sofrida.

O medo de revolta de escravos, que estavam sempre em maior número, dentro de uma embarcação era muito grande. No longo período em que permaneceriam e mal ou bem conviveriam juntos, muitos africanos passavam a se solidarizar e tramar planos de rebelião contra seus algozes. Por isso, era sempre importante ter algum marinheiro ou tripulante que fosse capaz de compreender aquilo que era conversado entre os cativos. Contudo mesmo com esse ambiente desfavorável para os negros, em que a única perspectiva era a escravidão, revoltas aconteciam nesses navios cruéis, muitas não davam certo, outras sim, alguns negros se rebelavam e conseguiam tomar seus navios. Foi o que aconteceu com o Amistad, em 1839. Quando não dava certo, e os traficantes conseguiam retomar o controle, castigavam os insurgentes com a morte, os amarrando e os jogando no oceano para se aforarem.

Em caravelas ou barcos a vapor, europeus, americanos e até mesmo outros africanos atravessavam o oceano Atlântico com trabalhadores escravos, geralmente homens de 8 a 25 anos, porém à medida que o tráfico se tornou ilegal e passou a ser perseguido pela política antiescravista dos ingleses, nesse final do sistema de tráfico, a partir de 1850, o critério ficou bem menos rigoroso: eram levadas mulheres, bebês e pessoas de idade, tudo quanto se podia trazer foi trazido: o manco, o cego, o surdo, efetivamente tudo; príncipes, chefes religiosos, mulheres e grávidas, todo e qualquer tipo de negro capturado seria levado e comercializado.



Não existiam barcos feitos especificamente para esta ação, pois a história nos mostra que o randável tráfico foi a solução encontrada pelos comerciantes para trazer cheios de mercadoria os navios que levavam açúcar para a Europa, assim na volta passavam pela África, e abarrotavão seus porões com uma mercadoria tão valiosa e lucrativa quanto o ouro branco que vinha da cana, assim não perdiam viagem, e conseguiam faturar mais. O que se sabe é que mais de 60 modelos diferentes de navios foram adaptados. Mas, nos últimos anos, com muitos países proibindo esse tipo de comércio, os barcos ficaram menores e mais rápidos para se necessário escapar da frota britânica, conhecida pela sua agilidade e seu posto de “vigiar” os mares, através de acordos feitos com chefes de estado que haviam abolido a escravatura. No auge do tráfico esses Navios Negreiros levavam no mínimo 500 escravos em seus porões, eram imensos pesados e lentos. Quando começou a lutar contra o tráfico, a Inglaterra mandava a Marinha interceptar os navios negreiros. Como os Estados Unidos não deixavam os ingleses prenderem suas embarcações, muitos traficantes de outros países viajavam com uma bandeira americana só pra garantir.

Iniciado na primeira metade do século XVI, o tráfico de escravos negros da África para o Brasil, teve um grande crescimento com a expansão da produção de açúcar, a partir de 1560 e com a descoberta de ouro, no século XVIII na região de Minas Gerais. A viagem para o Brasil era dramática, cerca de 40% dos negros embarcados morriam durante a viagem nos porões dos navios negreiros, que os transportavam. Mas no final da viagem sempre havia lucro, por esse motivo o excesso de negros nos porões era necessário, para compensar os mortos, os sobreviventes se tornavam uma mercadoria a qual era atribuída um maior valor comercial. Os principais portos de desembarque no Brasil eram a Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco, de onde seguiam para outras cidades.

O negro não aceitou a escravidão pacificamente, as agitações ocorriam quase regularmente nas fazendas, escravos em bandos fugiam, criando nas florestas os célebres quilombos – lugares aonde habitavam apenas escravos fugitivos – ali viviam em liberdade para realizar seus rituais, sincretismos, suas festas e também para falar sua própria língua. O quilombo mais importante foi o de Palmares, cujo líder foi Zumbi, (em que futuramente farei um artigo especifico).

Em 1850 foi aprovada a Lei Eusébio de Queiroz, a qual punha um fim ao comércio negreiro; em 28 de setembro de 1871 foi sancionada a Lei do Ventre Livre, concedendo liberdade aos filhos de escravos que nascessem a partir daquele momento. Finalmente, no ano de 1885, foi anunciada a Lei dos Sexagenários, que contemplava com a liberdade os escravos com mais de 60 anos.

Foi só no final do século XIX que definitivamente a escravidão, a nível mundial, foi abolida de vez do quadro negro da história. No Brasil a Abolição só se deu no dia 13 de maio de 1888, com o anúncio público e oficial da Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel, sendo nosso país o ultimo a abolir, oficialmente, a escravidão.

Mas será que essa atitude do Estado, pos fim também no ideário de que o negro, era inferior? Infelizmente a História nos deu a resposta: NÃO. Por isso temos que aprender a valorizar, e entender Ser Negro é ter orgulho da sua raça e do seu passado, mesmo manchado foi galgado com suor e lagrimas, temos a missão de transpassar e perpetuar a magnífica e majestosa Cultura Africana!